Em “A Quarta Revolução” de John Mickethwait, editor-chefe da Bloomberg News e Adrian Wooldridge, The Economist, defendem que é necessário revolucionar o sistema político e traçam caminhos para melhorar o futuro da nossa sociedade. “O Estado está a ponto de mudar. Está no ar uma revolução, movida em parte pela necessidade que advém da escassez de recursos, pela lógica de uma renovada concorrência entre os Estados-nação e também pela oportunidade de fazer melhor as coisas. ”
Dizem ainda; na maior parte do Ocidente, a desilusão com os governos tornou-se endémica. A maioria de nós resignou-se e considera que nada vai mudar.
Para eles quase todos os grupos políticos querem agigantar o Estado. “A ânsia de aumentar os tentáculos do governo tem crescido tanto na esquerda quanto na direita... e ambas multiplicando leis e regulamentos”.
O Ocidente precisa de mudanças pois está prestes a quebrar. O mundo emergente [caso do Brasil e Índia] necessitam de reformas para continuar avançando. Os governos estão arrecadando menos do que gastam.
Várias cidades do mundo estão quebradas. Detroit, município dos Estados Unidos, “chegou a pedir falência. (…) Na cidade americana de San Bernardino, o procurador-geral aconselhou a população a ‘trancar suas portas e carregar suas armas’, porque o município já não tinha condições de pagar a polícia”. No Brasil não é nada diferente. A diferença é que as autoridades não dizem (ou diziam) — por receio de perder eleições.
Para reinventar o Estado, tornando-o mais enxuto, não será fácil. A batalha, preveem Wooldridge e Micklethwait, será “sangrenta entre governos falidos forçados a cortar serviços públicos, eleitores ressentidos querendo manter seus direitos sociais, pagadores de impostos que querem mais benefícios com o dinheiro que dão ao governo e poderosos sindicatos de servidores públicos que querem manter seus privilégios”.
Ainda no livro os autores sugerem que; “o Estado moderno sobrecarregado é uma ameaça à democracia: quanto mais atribuições ele assume, pior as executa e mais enfurece as pessoas”.
O Brasil está há pouco mais de um ano para as eleições majoritárias. Até que ponto os futuros candidatos à presidência, governadores, senadores e deputados enfrentarão em suas campanhas temas duros que levem o brasileiro a refletir sobre questões que os afeta diretamente para então fazerem as escolhas necessárias. A reforma do sistema previdenciário, por exemplo, ainda que alguma coisa seja aprovada no atual governo não estará plenamente solucionada.
Propor uma agenda de consenso nacional de temas prioritários. Ser claro que alguns terão que abrir mão de alguma coisa. Errou-se no passado e o brasileiro não pode esperar. É fundamental que se comece a formular, planejar e implementar políticas públicas de longo prazo. As mesmas devem passar por constantes processos de avaliação. Buscar soluções para na prestação dos serviços em saúde e educação que no país ainda são muito ruins e são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social de um país.
Discutir os vários subsídios existentes as empresas. As indústrias que pouco competem internacionalmente. O Brasil continua sendo a mais fechada entre as principais economias do mundo. Os inúmeros privilégios dado a indivíduos e grupos que acabam por desvirtuar o Estado. Entre outras questões.
A imprensa, as mídias sociais, formadores de opinião, têm importante papel na cobrança de propostas para estes e outros problemas que atormentam o brasileiro, impedem o crescimento da nação e a faz refém do atraso.