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Camilla Cunha

América Latina, África e Ásia: reflexões sobre a internacionalização de MPE


Nas últimas semanas tenho escrito sobre o processo de internacionalização de empresas sob ótica do conhecimento, um tema que muito me agrada. Acredito que esta inspiração foi reforçada pelas atividades desenvolvidas na organização do Seminário Internacional "Cultura, redes, conhecimentos e saberes: Experiências com a internacionalização de micro e pequenas empresas na América Latina, África e Ásia". Este evento é resultado de um esforço coletivo que conta com contribuição de três continentes, envolvendo a academia, o setor empresarial, as entidades de apoio e a sociedade civil pensando juntos em caminhos para aumentar a competitividade das empresas no exterior. Mas para além desse objetivo, acredito que a união de esforços contribui com outras questões, tais como a construção coletiva do conhecimento e, principalmente, como este conhecimento pode transformar a realidade em que vivemos.

Acredito que a transformação acontece de várias maneiras. Começando pelas reflexões em sala de aula, situações em que professores e estudantes refletem, estudam, pesquisam e propõem caminhos para problemas do dia a dia. Com isso, os professores e estudantes passam a adotar uma postura mais pró-ativa, reflexiva e focada em resultados.

Para que isso aconteça o contato com outros pesquisadores ao redor do mundo é peça-chave, especialmente para conhecer outras realidades, muitas vezes diferente da nossa, que abre espaços para troca, vivências e partilhas. Este contato pode acontecer de várias maneiras, pela revisão de literatura, contato com as obras, pessoalmente, utilizando as tecnologias da informação e comunicação, troca de e-mails, redes sociais e outros. O mais importante é a interagir, trocar ideias, compartilhar, discutir e construir juntos.

Outra vertente importante é interação com os empresários, acompanhar a realidade das empresas, seus desafios, oportunidades e conquistas. Esse contato é força motriz para nossos estudos e possibilita enxergar de perto aspectos que não estão nos livros, nem nos artigos científicos e, muitas vezes, não são discutidos nas salas de aulas. Às vezes questionamos porque uma empresa não aplica os modelos, fórmulas, processos ou qualquer outra ferramenta inovadora. Só é possível encontrar respostas quando conhecemos a realidade dessas empresas. O contato mostra que por traz de cada decisão tem emoções, lembranças, imagens, culturas, símbolos que delineiam as escolhas e caminhos a serem seguidos. Veja o Argotube: Internacionalização de empresas - Confraria

As instituições de apoio também são peças-chave nesta rede, especialmente pela capacidade de ajudar as empresas em pontos sensíveis, que muitas delas, não seriam capazes de cuidar sozinhas. A ideia é unir esforços na capacitação, acesso ao crédito, aspectos logísticos, acesso ao mercado, enfim na facilitação do processo de internacionalização.

É preciso facilitar mesmo, pois os desafios são enormes e, muitas vezes, as empresas não conseguem superá-los e acabam perdendo oportunidades únicas. Diante disso, acredito na abordagem da contribuição da gestão do conhecimento no processo de internacionalização de empresas. O argumento central é que existem outros fatores, além do conhecimento mercadológico, que contribuem para a efetividade dos resultados do processo de internacionalização das empresas. Esses fatores estão associados a uma perspectiva mais integrada a partir do conhecimento, em que os resultados estão atrelados a uma combinação de conhecimentos, incluindo cultura, redes, empreendedorismo, tecnologia e outros. Essa abordagem apresenta-se como consistente principalmente pela característica da limitação dos recursos das MPE, que devido a esse fato precisam compensar a falta dos tangíveis por meio dos intangíveis.

Para você que se interessa por este tema, convido a continuar as reflexões participando conosco nos dias 14 e 15 de agosto do Seminário Internacional "Cultura, redes, conhecimentos e saberes: Experiências com a internacionalização de micro e pequenas empresas na América Latina, África e Ásia", que é uma parceria entre a UnB e UCB, e com o apoio da FAP DF. O evento será transmitido também pelo link: www.catolicavirtual.br/tvcatolicavirtual.

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