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  • Clarissa Cavalcanti

3 Anos de TAG: Como a Literatura é Importante!


A TAG - Experiências Literárias, um dos maiores clubes de livros brasileiros, completa 3 anos de existência no mês de julho e, como presente para seus fundadores e associados, apresenta o primeiro livro editado e escrito exclusivamente para os seus leitores. O livro em questão chama-se Uns e Outros - Contos Espelhados e tem uma proposta inovadora: 10 autores foram convidados a reescrever algum conto clássico a partir de sua própria perspectiva. O resultado é uma incrível mistura do contemporâneo com o clássico; do familiar com o distante; do eu com o outro.

Confesso que eu não sou do time dos contos, o que me encanta mesmo é adentrar em cada detalhe de uma história, imiscuir-me do inicio ao fim em cada personagem, cada ambiente, cada diálogo. Muitas vezes a leitura de contos não consegue suprir essa minha vontade de aprofundar em um livro. Contudo, a antologia da TAG foi uma bela surpresa! Fui de Clarice Lispector à Katherine de Mansfield, de Joyce à Lobato, de Hemingway à Machado, de Guy de Maupassant à Tolstói, conhecendo, no meio de tantos nomes da literatura mundial, vários autores brasileiros e um português que tem produzido tantas coisas boas e os quais, muitas vezes, não temos acesso. Beatriz Bracher, Luiz Antonio de Assis Brasil, Eliane Brum, Milton Hatoum, Ana Maria Gonçalves, Paulo Lins, Ivana Arruda Leite, José Luís Peixoto, Maria Valéria Rezende e Cristovão Tezza são alguns dos nomes que fomentam o universo literário ajudando a contruí-lo.

Ao trazer primeiramente o conto que serviu como inspiração, adentramos no universo literário muitas vezes conhecido, mas também pouco explorado. Os clássicos tem essa capacidade de nos intimidar a principio, podendo, também, serem ótimos desafios à nossa forma de ver um mundo. Os grandes eternizam-se pela sua capacidade de expor o simples de forma tão profunda, nos contam histórias que, por serem eternas, ganham o peso de serem lidas por diversas pessoas em diferentes tempos e espaços. É uma forma de torna-se um com todos os leitores daquela obra.

Contudo, a proposta da releitura nos permite individualizar essa experiência dos clássicos, pois são construídas a partir de perspectivas específicas. Ou seja, quando leio O Homem Célebre a partir da releitura de José Luis Peixoto, um dos nomes da literatura portuguesa contemporânea, revivo o cerne da questão proposta por Machado de Assis em sua obra original de um novo lugar, aprimoro meu olhar a partir de outros olhares. Ademais, a releitura nos oferece aquela deliciosa sensação que é a de saber e entender a história a partir dos personagens secundários, ouvindo suas vozes e suas versões para um mesmo fato.

A reinvenção dos contos nos mostra, assim, que os sentimentos que a literatura nos evoca são universais, independem do tempo e espaço. A literatura vem nos falar daquilo que nos mexe por dentro por sermos humanos e, o mais incrível disso, é que podemos viver esses sentimentos de inúmeras formas através de inúmeros livros e autores. Ela é e sempre vai ser inesgotável, fazendo aquele sentimento brotar nos nossos corações: são muitos livros para pouca vida.

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