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  • André Cavalcanti

E o Mercado de Trabalho em Finanças no Futuro?


O ano é 2030. Você está em uma sala de aula de uma escola de negócios participando de uma aula de finanças. Você certamente está desolado, e isso não se deve ao estilo professor, ao ranking da escola ou ao assunto. Você está está triste porque está só nessa sala. Não haverá alunos matriculados, simplesmente porque não há empregos no mercado para a área de finanças.

Assista o vídeo do artigo.

Hoje, as finanças, a contabilidade, a gestão e a economia estão entre os assuntos mais populares das universidades em todo o mundo, particularmente no nível de pós-graduação, tudo isso em decorrência da alta empregabilidade. Mas isso está mudando.

De acordo com a empresa de consultoria Opimas, nos próximos anos, será cada vez mais difícil para as universidades vender seus cursos de graduação relacionados a negócios. As pesquisas mostram que 230 mil empregos no setor podem desaparecer até 2025, substituídos por "agentes de inteligência artificial".

Os “robo-advisers” são o futuro das finanças?

Muitos analistas de mercado acreditam assim.

Os investimentos em carteiras automatizadas aumentaram 210% entre 2014 e 2015, de acordo com a empresa de pesquisa Aite Group.

Os robôs já assumiram Wall Street, já que centenas de analistas financeiros estão sendo substituídos por software ou “robo-advisers”.

Nos EUA, segundo um paper de 2013 de dois acadêmicos de Oxford, 47% dos empregos têm "alto risco" de serem automatizados nos próximos 20 anos - 54% dos empregos perdidos serão em finanças.

Este não é apenas um fenômeno americano. Os bancos indianos, também, relataram um declínio de 7% no número de vagas de trabalho por dois trimestres consecutivos devido à introdução de robôs nas atividades laborais.

Talvez isso não seja surpreendente. Afinal, o setor bancário e financeiro é construído principalmente com base no processamento de informações, e algumas de suas principais operações, como atualização de caderneta ou depósito em dinheiro, já estão em alto graus no mundo digital.

Agora, bancos e instituições financeiras estão adotando rapidamente uma nova geração de tecnologia habilitada para utilizar Inteligência Artificial (AI) com objetivo de automatizar tarefas financeiras geralmente realizadas por humanos, como operações, gerenciamento de patrimônio, negociação algorítmica e gerenciamento de riscos.

Por exemplo, o programa JP Morgan's Contract Intelligence, ou COIN, que funciona em um sistema de learning machine, ajudou o banco a diminuir o tempo necessário para revisar os documentos de empréstimo e diminuir a quantidade de erros de crédito.

Tal é o crescente domínio da AI no setor bancário que a Accenture prevê que nos próximos três anos se tornará a principal maneira pela qual essas organizações se relacionarão com seus clientes.

Os chatbots bancários já são uma realidade. Esses robôs interagem com clientes, baseados em inteligência artificial, podem assimilar conhecimento de milhares de fontes e fornecer respostas em linguagem simples em menos de 0,4 segundos.

A AI também fez incursões no setor de investimentos, onde, segundo muitos analistas financeiros, uma máquina comercial sofisticada capaz de aprender e pensar acabará por tornar os algoritmos de investimento mais avançados e complexos, fazendo com que os atuais parecerem primitivos.

Os robôs de consultoria estão permitindo que as empresas avaliem negócios, investimentos e estratégias em uma fração do tempo que levam os analistas quantitativos atuais, que o fazem usando ferramentas estatísticas tradicionais.

O ex-presidente da Barclays, Antony Jenkins, que chamou a automação disruptiva do setor bancário de um "momento Uber dos bancos", prevê que a tecnologia tornará redundante a metade de todas as agências bancárias e funcionários de serviços financeiros em todo o mundo dentro de dez anos.


As universidades estão agora revisando seu plano educacional para se adaptarem a essa interrupção tecnológica no mercado de trabalho das finanças.

As escolas de negócios da Universidade de Standford e da Universidade de Georgetown estão planejando oferecer o chamado "fintech" em seus programas de MBA, na esperança de ensinar aos alunos a tornarem-se expert em tecnologia financeira.

Mas o conteúdo destinado à “fintech é tão novo e diversificado que os acadêmicos estão tendo dificuldade em construir um programa que atenda as competências necessárias a esse profissional. A falta de livros acadêmicos e professores especializados são desafios adicionais.

Ainda assim, não está claro que a AI e a automação realmente serão vantajosas para os bancos. A dependência excessiva da AI poderia se inverter se as instituições financeiras perderem o toque humano que os clientes mais gostam.

Existem outros riscos também, tal como a possibilidade de os “robo-advisers” apesar de serem baratos e economizarem tempo ao criar um portfólio de investimentos simples, podem para tomar as medidas cautelares corretas quando os mercados se tornam voláteis, especialmente quando milhares, talvez milhões, de máquinas estão tentando fazer o mesmo enquanto operam em grande velocidade.

Enfim, temos um futuro diferente no mundo das finanças para o qual temos de nos preparar. Essa previsões servem muito mais para que nos preparemos que para nos assustar. Que venha o futuro.

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