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Arthur Mesquita Camargo

Quando o futuro chegará para a Bateria (Pilha)?


São inúmeras inovações que em quase quatro séculos apareceram, foram revolucionárias, mas, logo, desapareceram. Você sabe o que é um “disquete”, “mini game” ou já teve Orkut? Já usou o Fotolog? Acha que o Instagram é revolucionário, porque foi único? Usou ICQ, MSN ou Mirc? Eu sei... A maioria dessas coisas você só poderá conhecer em algum museu “contemporâneo” e, olhe lá!

Apesar de tanta inovação e de tudo acontecer em uma velocidade incrível, tem algumas coisas que nunca mudam. Veja o caso da Pilha/Bateria. Minha filha vai conhecer, eu conheci, meu pai conheceu, meu avô conheceu e meu tataravô conheceu, e não muda.

Entenda, a pilha elétrica foi criada por Alessandro Volta em 1800, aperfeiçoada em por volta de 1865 por Georges Leclanché, transformada em pilha seca por Carl Gassner em 1887 (a base da pilha que nos conhecemos) e, em 1899, Junger desenvolveu a primeira pilha alcalina da História.

Em 1949, a pilha que conhecemos começou a ser comercializada e hoje, quase 70 anos depois, ainda temos o mesmo padrão, um armazenamento de energia temporário e limitado a horas. Em resumo, quem aí passa raiva com a bateria do celular?

Os processadores são mais rápidos, as telas são de Oled, o som é 360º, o armazenamento de dados é de terabytes, internet é 4G+, mas no final do dia - ou pior, no meio da tarde - nossos aparelhos informam que temos menos de 20% de bateria.

Todo dispositivo fantástico e móvel, precisa de um bateria eficiente: carro elétrico, smartphone, robôs, tablets, tudo seria muito melhor se as baterias não fossem tão limitadas. Veja o caso dos Drones: incríveis, versáteis, rápidos, eficazes, solução para entregas rápidas e de baixo custo, transporte aéreo de todo tipo de coisa! Ah, os drones… Objetos extraordinários que trazem soluções interessantes para a mobilidade, porém duram, ínfimos, 20 minutos de voo, daí precisam de uma nova recarga.

E, então, forçando a barra: 200 anos depois da sacada genial de Volta, ninguém quis pensar em alguma coisa fora da caixa? Uma bateria no estilo “reator arc” do Tony Stark, o Homem de Ferro? Uma bateria tão potente que demore semanas, meses ou anos para ser recarregada?

A resposta é sim! E, o curioso é que o esforço foi realizado por mero acaso. Cientistas da Universidade da Califórnia, em Irvine, nos Estados Unidos, estavam procurando uma forma de substituir o lítio líquido das baterias por uma opção mais sólida e segura, quando acabaram criando um tipo de bateria 400 vezes mais eficiente que as atuais. Para se ter uma ideia da eficiência, a bateria podia continuar trabalhando de forma efetiva durante mais de 200 mil ciclos de carga, sendo que as baterias atuais têm de 400 a 1.200 ciclos.

Eles começaram a fazer testes com nanocabos de ouro recobertos com um gel de eletrólitos e descobriram que eram incrivelmente resistentes, só que o grande problema é que esses filamentos são de ouro, o que faz com que as baterias sejam muito caras para fabricação em massa. Segundo a equipe, uma possível solução para tornar mais barato a fabricação seria a substituição do ouro por níquel.

Reprodução/Fonte:http://cdn.orangecoast.com/wp-content/uploads/sites/17/2016/10/Mya-Le-Thai_UC-Irvine.jpg

Falando em fabricação de baterias mais baratas e eficientes, existem outras iniciativas bem vistas lá na Califórnia. Como o caso da proposta de Bill Joy, um guru do Vale do Silício e cofundador da Sun Microsystem.

Joy está desenvolvendo um tipo de bateria alcalina sólida muito mais barata e segura (risco de explosão) do que as atuais de ion de lítio. Entenda, baterias mais baratas e seguras podem gerar a possibilidade do aumento na escala (armazenamento de energia) com baixo custo e com mais segurança.

O mercado de "pilhas" movimenta mais de US$ 5 bilhões de dólares, já o de baterias de carro, mais de US$ 2 bilhões por ano. O mercado será bastante impactado nos próximos anos como essas novas tecnologias, a dúvida que fica é como essas inovações poderão impactar os fabricantes de Rayovac, Energizer, Duracell. Teremos mais um efeito Kodak?

Seguimos ansiosos para ver o desenrolar tanto do projeto da equipe da Universidade da Califórnia quanto da bateria alcalina de Joy. Sem dúvida Ellon Musk e demais player do mercado estão se coçando para colocar as mãos em baterias mais eficientes e ilimitadas.

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