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DANIEL BALABAN

A importância da participação ativa através da política externa


Ao final do ano passado, Trump se torna Presidente dos Estados Unidos. Há pouco, finalizaram as eleições na França, com Macron se tornando Primeiro-Ministro. Pouco tempo após, eleições gerais no Reino Unido, com a Primeira Ministra Theresa May vencendo, mas perdendo poder. Agora, debates pré-leleitorais na Alemanha de Angela Merkel esquentam com a votação no próximo 24 de setembro, que decidirá a composição do Bundestag, ou seja, os deputados federais do país. Uma de suas tarefas é escolher quem assumirá a chefia do governo alemão na próxima legislatura.

Mas o que essas eleições tem em comum? Em todas elas o tema de política externa é extremamente debatido. Não somente nesses países, mas em todos que se dizem ou pretendem se tornar desenvolvidos.

Entretanto, na contra-mão da importância do tema, não temos no Brasil a cultura de se discutir política externa. Mas por que isso acontece?

Vamos inicialmente destacar a importância das relações internacionais em nossas vidas. Primeiro, como economista que sou, vou enfocar a razão econômica: somos resultado das interações econômicas internacionais.

A percepção das Relações Internacionais serem exclusivamente adstritas a diplomatas e historiadores não é mais uma realidade. Elas acabaram por se transformar em um tema muito mais abrangente. O objeto de estudo ja ultrapassou as fronteiras da Ciência Política e do Direito Internacional. Hoje abrange Cooperação Estratégica, Ciência e Tecnologia, Economia, Sociologia, dentre outras.

Com uma política externa, o país procura interagir com o comportamento dos demais atores internacionais e, por meio da diplomacia, transformar o ambiente de acordo com seus ideais e interesses estratégicos. O país deve procurar, pela política externa, manter ou aumentar o seu peso e influência no ambiente internacional.

Uma das características importantes da política externa e que a distingue das demais políticas é ter como campo de ação um espaço de características exógenas, que não está sob controle interno. Dentre as políticas públicas, a política externa assume hoje uma importância extremamente relevante, derivada das rápidas e constantes transformações pelas quais passa o cenário mundial.

O Brasil, que recentemente participou na criação e articulação de um dos mais relevantes grupos de concertação da atualidade os BRICs, ajudou na criação do G20, no G7 + 1, obteve a liderança na OMC, na Unasul e no MERCOSUL. Como 7ª economia do mundo, sua posição geopolítica e extensão territorial e biodiversidade, não poderia ser diferente.

Entretanto, o tema ainda não é intensivamente discutido no ambiente social, demonstrando importante potencial a ser explorado. Nos principais jornais, revistas, na mídia em geral, o espaço dado a temas internacionais é extremamente diminuto, se comparado com a mídia internacional.

Um país que não discute política externa é um país que pode virar um mero espectador e sofrer o reflexo dessas decisões no âmbito interno.

Mas por que isso acontece? O que fazer para reverter esse quadro?

Vamos discutir isso em nosso próximo artigo.

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